sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A HISTÓRIA E O ENSINO

Atualmente, ninguém contesta a importância da escolarização como condição essencial - mas não única - tanto para o progresso pessoal como para o desenvolvimento social do país. Assim, na era do conhecimento, é fundamental garantir que os educandos adquiram as bases da formação cidadã traduzida em consciência crítica,  em postura socialmente atuante e capacidade de continuar o aprendizado de modo autônomo e permanente depois de concluída a formação básica.
Para atingir esses objetivos, é inegável a importância do ensino de história. Disciplina escolar com longa tradição, que nos últimos anos gnhou novas dimensões, resultado de renovações acadêmicas na própria disciplina, assim como na área de ensino, e também de mudanças no âmbito escolar.
A História ensinada em sala de aula deixou de ser um relato único e linear sobre a trajetória da humanidade e passou a ser vista como instrumento de reflexão sobre o tempo presente, passando a constituir-se importante mecanismo de análise e compreensão do mundo que cerca o aluno.
Segundo Eric Hobsbawm, precisamos refazer os elos presentes entre os diversos tempos visto que o novo parece ser a principal marca da sociedade atual, na qual tudo envelhece rapidamente para ser superado ou substituído
Nessa perspectiva, o ensino de História tem apresentado grandes desafios ao professor, que exige nova postura no ambiente escolar e na sociedade pois na medida que abandona o papel de mero reprodutor de saberes, assume a função central no processo de construção da autonomia dos educandos. O conteúdo trabalhado ganha novos sentidos: deixa de ser mera erudição, algo perdido no tempo, para adquirir significados nas teias que formam o cotidiano de cada indivíduo.
O ensino de História está presesente nas escolas brasileiras desde o século XIX. Naquela época tinha como principal objetivo estudar a formação da nação e desenvolver uma indentidade nacional.
Nas primeiras décadas do século XX ocorreram mudanças. O conteúdo estava voltado para o estudo da chamada História da Civilização, dividida em quatro grandes períodos e recheadas de datas, fatos e sujeitos isolados.
Nos anos 50 e 60, período de intenso desenvolvimento industrial e de urbanização, começou a ganhar espaço o currículo científico, que privilegiava a formação de profissionais da área de tecnologia. O ensino continuou voltado para a formação de grupos de elite e esperava-se um professor neutro, que não expressasse opiniões políticas.
Nessa época, entretanto começaram a esboçar iniciativas pela extensão  da educação a outros grupos sociais, em nome do direito à cidadania, tendência que ganhou força nos anos 70, tempos da ditadura.
Nos anos 80, época da redemocratização, várias obras apresentavam uma abordagem inspirada no marxismo. Com isso o passado nas escolas ganhou novos personagens e era caracterizado pelo conflito entre dois grandes grupos sociais, de um lado os opressores e de outro os oprimidos.
Em meados dos anos 90, a elaboração pelo governo dos Parãmetros Curriculares Nacionais (PCNs), teve início um intenso movimento de mudanças nas práticas escolares, que incluiu o ensino de História e os livros didáticos ganharam em diversidade, incluíndo diferentes sujeitos históricos  e tratando de variadas interpretações do passado.
Ao mesmo tempo, os profissionais da área viram a consolidação de várias práticas, como o arranjo cronológico dos conteúdos e a divisão da história em períodos  - ambas largamente aceitas e utilizadas no dia-adia da sala de aula.
É importante ressaltar que hoje o ensino de História visa desenvolver diferentes competências e habilidades, como ler e interpretar textos, imagens, mapas e gráficos; comparar informações; relacionar presente e passado; levantar hipóteses, não interessando a data mas sim o que ela representa, o que reúne em torno de si, conformando e dando significado ao acontecimento histórico.

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